quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Indicação

- Olá, boa tarde!
- Oi! Boa tarde! É... uma amiga me indicou essa loja, eu queria saber mais ou menos como são suas mercadorias.
-Claro, claro! Temos vários modelos, os já prontos e os montáveis, só que esses últimos têm algumas limitações.
- Hum, sei... E você indicaria algum pra mim?
- Olha, pra você eu acho que combinaria um desse. É bonito, amável, divertido, não gosta de cigarros, bebidas nem bagunça.
- É bacana mesmo. Mas é carinhoso e tal?
- Ah! então, esse é um ítem surpresa, porque é meio tímido, sabe? Só depois de um tempo que descobre, geralmente é viu...
- Não sei não.... E aquele alí?
- Aquele??? Não sei se combina muito com a senhora. É folgado, arrogante, egocêntrico, não se importa muito com você e ainda consome muito combustível.
- Mas tá escrito também que é bem bonito, carinhoso e se adapta aos seus gostos, manda mensagens no celular...
- Mas te ignora no orkut e msn!!! Eu já te falei que o primeiro vem com alto teor de pândeguisse?
- Hum... e por que tem tão poucos dele? Digo, do segundo.
- É bem complicado, na verdade muitas acabam levando o primeiro mas logo se cansam e trocam pelo segundo.
- Então nem vou perder meu tempo! Quero o segundo!
- Tem certeza, moça? Olha, o primeiro só parece que tem muito, na verdade ele está sempre em falta porque a busca é grande, mas é que quase sempre são devolvidos, né. Mas a senhora tá com cara de que vai se adaptar a ele.
- Vou pensar a respeito. E tem como eu montar um? Tipo, personalizado?
- Pode, só que como eu já disse tem algumas limitações...
- Deixa ver... eu quero a pândeguisse do primeiro e aquelas paradas de não gostar de bebida e cigarros, as mensagens no celular e o carinho do segundo, pode ser um pouco folgado também. Pode ser?
- O sistema está dando falha. Eu até poderia ver no estoque mas provavelmtente teriam outras características além das que você pediu. Aqui diz que ele te ignoraria e até te maltrataria de vez em quando, ah, e não tem na versão "pândego".
- Hum... acho que tudo bem, eu mudo isso depois.
- Impossível! Já ouvi muito disso e depois as moças voltam reclamando, então já aviso que nossas mercadorias são imutáveis.
- Ah, tudo bem, eu posso aturar alguns defeitinhos!
- Aiai, também já escutei muito disso... Tem certeza que não quer o primeiro?? Ele tá em oferta!
- Não, muito obrigada! Eu quero esse ai que montei! Dá pra colocar um toque de superioridade?
- Dá, claro, se você insiste...
- Quanto vale?
- Esse? Quase nada!
- Muito obrigada hein moça, vo indicar pra outras pessoas!
- Não por isso, boa tarde!


E quem indicou???
http://cravocanela.wordpress.com/2008/08/25/um-daqueles-ali-por-favor/

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Caso de polícia

Num dia desses voltando da Cásper pra casa estava eu no ônibus (que surpresa!), preparando meu celular pra ouvir uma musiquinha e me desligar do mundo, suuuper antisocial, enquanto algumas pessoas entravam e saiam, bem normal. Pra variar me embananei com os fios do fone de ouvido e comecei a prestar atenção na conversa de duas senhoras, na verdade só peguei uma parte que me chamou muito a atenção, uma pequena fala de uma das senhoras: "Porque quando meus pais falavam algo pra mim, eu abaixava a cabeça e obedecia! Hoje em dia essas crianças são folgadas! Se ameaçar dar umas palmadas ela ainda diz que chama a polícia!".
Eu passei o resto da viagem pensando nisso. Não posso deixar de concordar em partes afinal, ao meu ver, hoje temos mais liberdade com nossos pais. É uma questão de tempo, antigamente, não tão, haviam várias leis entre pais e filhos, exemplo; as mulheres eram mais subordinadas ao sexo masculino ou então as crianças que desde cedo enfretavam uma educação mais rígida. O individualismo também contribuiu para essa liberdade, não que eu ache isso bacana, acho que atualmente o individualismo está por demais de indivual, o espírito de grupo quase some e eu também faço parte disso com meu ultra fone antisocial. Voltando ao assunto, as roupas também influenciam, antes todos se vestiam mais ou menos parecido, eram uma massa única, a roupa hoje é uma forma de expressão que imprime personalidade.
Talvez tenhamos uma relação mais aberta também porque parece que vários assuntos considerados tabus agora são corriqueiros. Você liga a tv e vê o tiro do policial que matou a criança, a filha que assassinou os pais... Alguém de cinco anos que vê isso, de alguma forma absorve a informação e a usa futuramente.
Um ponto muitíssimo importante. A educação empregada pelos pais. Eles da mesma forma que os jovens se acostumaram a nova ordem e educam seus filhos de acordo com ela. Existem também a questão do tempo em relação a educação, porque uma mãe que tem que trabalhar 10h por dia não tem total controle sobre o que o filho está recebendo de exemplo, mas com certeza irá cobrar atitudes respeitosas. Isso é bem relativo. (oO)
Enfim, era só pra falar disso mesmo, é bem complicado porque nada acontece por um motivo só e é sempre assim, antes é sempre melhor que o agora e o agora será bem melhor que o depois.

domingo, 24 de agosto de 2008

A Viela do Mal

Em uma bela manhã de sábado duas amigas combinam de se encontrar para procurar uma fantasia que usariam no sábado seguinte em uma festa. Tinha o nome de duas lojas e o ônibus que as levaria de um ponto a outro, mal sabia o que lhes aguardavam...
De um lado da cidade Maria pega seu caderninho com tudo anotado e sai a caminho do metrô, do outro lado Márcia se apressa a desligar o telefone pois estava atrasada e caminha até o ponto de ônibus. De um lado quase chegando ao metrô, Maria percebe que seu caderno azul não encontra-se na big bolsa e desacreditada volta pra casa para buscá-lo, do outro, Márcia consegue perder-se no metrô atrasando-se ainda mais. Começa aí um dia de muitos infortúnios.
Encontraram-se e caminharam até a primeira loja, uma boa caminhada mas nada que mate ninguém, por enquanto. Chegaram, experimentaram algumas fantasias e enfretaram com muita coragem a dupla de super-heróis mais chata que já viram, e como se não bastasse ainda teve um segundo round na fila da reserva, agiram bravamente respondendo com muita classe a cada comentário, tentaram, mas não conseguiram deixar de rir quando um deles disse: "meu, quem tem músculo na testa?"
Maria até achou uma fantasia bacana mas tinham de tirar a prova indo na outra loja, e foram... coitadas! Ao parar no ponto de ônibus pediram informação e não tardou para que embarcassem. Onde descer? Como saber? Sim, perderam o ponto mas não desistiram! Andaram e andaram e andaram até avistarem ao longe um ponto de táxi, Márcia refutou a idéia por alguns poucos instantes, estavam a caminho, enfim.
Chegam, que decepção... fantasias lindas, preços nem tanto. Voltar pra outra loja, mas como??? Subiram a ponte, desceram a ponte, subiram a ponte, desceram a ponte e andaram, andaram como nunca tinham andado, e ao chegarem na bendita rua perceberam que ela havia sido mudada de lugar. Márcia ri a todo momento como se não acreditasse que aquilo estava de fato acontecendo. Desnorteadas, pedem informação mais uma vez, tal informação as levou para a temidaViela do Mal.
Caminhando vagarosamente elas entraram e olharam em volta, de hoje não passa! É hoje que conhecerei Papai do Céu! Os passos aceleraram, transformando-se em trote seguidos de anda, anda, anda!!!! Olhares mal-encarados as perseguiam, a Viela não tinha fim, quanto mais rápido iam maior era a distânca. Alguns passavam em suas carroças, outros conversavam entre si coisas incompreensíveis, eram delas, só podia! Os olhares não sumiam e a tensão aumentava, o fim parecia não chegar nunca. É agora, mãe te amo! Ao contrário das expecitativas passaram pela Viela e mais! Encontraram a rua que havia sido deslocada e seguiram andando, subindo até o fim da vida. Já era tarde...
Novamente estavam na primeira loja. Maria tratou de pegar sua roupa e Márcia experimentou umas outras, e como experimentou! Exaustivamente, tira peça, põe peça, pede ajuda. As duas saem satisfeitas com as aquisições e ansiosas para o fim de semana seguinte.
De um lado Maria segue o metrô esperando sua Reginoca para levá-la sã e salva para casa, do outro Márcia ainda espera o ônibus que não chega nunca!
É... ainda vão achar graça de tudo isso.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

História inventada

Muitas vezes se pega pensando em coisas que não tem nexo nenhum, antes de dormir, andando na rua, no ônibus. Vai montando um filme na sua cabeça com pessoas desconhecidas que de uma hora para a outra se tornam as protagonistas de uma história totalmente maluca quanto possivelmente real. Imagina aquele cara que não vê há muito tempo ligando, eles se vêem novamente e tudo sai perfeito. Sonho. Imagina que faz algo fantástico, não sabe bem o que mas faz, e ganha a adimiração de todos no trabalho. Quem sabe? Pensar é algo engraçado pra caramba! Todo mundo pode pensar, não importa no que ou em quem, o melhor, o pensamento é uma das poucas coisas incontroláveis por outro ser, até mesmo pelo prórpio ser pensativo. "Não vou ficar pensando nisso, não vou!!", desiste.
Olha as pessoas a sua volta mas só consegue ver uma, escuta um cd inteiro mas apenas uma música gruda na cabeça. E os desconhecidos vistos só de relance ganham vez nas histórias a la conto de fadas. Um encontro ao acaso, a cara metade... balela! É o quer acreditar.
Aperta o passo pra poder se aproximar e talvez tornar sua fantasia possível, analisa os detalhes e decifra a personalidade sem a troca de uma palavra, decide quem é vilão e quem é mocinho, pra onde está indo, o que está fazendo. Cria diálogos de uma pessoa só respondendo tudo aquilo que gostaria de ouvir, faz até caras e bocas, opa, tem gente vendo!
E nessas montagens elaboradas se vê num mundo cheio de possibilidades mas com falta de ação, ação própria, ação de um próximo, ação do próprio. E fica por isso mesmo, tanto faz como tanto fez, não tem porque ficar pensando e pensando e pensando... vai dizer isso, vai! Muita fácil!
E se cansa dessa história de inventar histórias, quer mais é viver a realidade.

domingo, 10 de agosto de 2008

Mas será a Benedito???

Ontem, definitivamente, era o dia perfeito para se ficar em casa vendo filme e comendo pipoca. Manhã fria, chuva, vento, tudo isso combina com cama, coberta e sono. Mas não, já tinha combinado de sair com as mais princesas de caspa desde quarta-feira e sinceramente torcia para que alguma delas tivesse desistido pra que eu pudesse curtir meu fabuloso dia de chuva. Toda minha torcida não funcionou, acabei indo me encontrar com elas, nunca a contra gosto pois estar com essas princesas, antes do triunvirato agora da távolta quadrada, é sempre muito bom, até mesmo com chuva, frio e vento. Todas reunidas começou o blábláblá, tititi, nhenhenhe. Como conseguimos tanta coisa pra conversar???? Enfim, fomos todas a praça Benedito Calixto, que não ia há uns dois anos, sabia que era um lugar bacana mas me impressionei com a mudança! Ficamos bem pouco na feirinha em si, nos dirigmos para os bazares e foi então que começou o show de drama. Via uma, duas, dez bolsas LINDAS, tantas blusas e casacos e chapéus fantásticos, mas cadê o $$????? Porque fui tão desprevenida??? Quase chorei. Detesto ver coisas de que gosto muuuito e não poder comprá-las, elas ficam na minha cabeça. Sim, sou meio consumista e este é, de fato, um post consumista, mas e daí? Todos nós podemos ter dias de fraqueza, além do mais não é apenas isso que forma uma pessoa, mas isso não vem ao caso agora. Na verdade, acho que essa é uma fraqueza de toda mulher, homem também, cada um com a seu desejo. Eu gosto de bolsas, alguns preferem guitarras, bonecos de ação, brincos... e não vejo mal nisso, ao menos no meu caso pois quando gosto MESMO de algo eu corro atrás, não obssessivamente mas sim obstinadamente. Ok, foco, voltando à Benedito. Acabei comprando uma fivela muito bonita, me arrependi de não ter comprado mais, e uns imãs que reunem uma parte de mim! Ainda por cima percebemos que, como princesas, precisávamos de um castelo só nosso! Mas esses são planos para o futuro...
O que poderia ter sido mais um dia chuvoso e triste acabou se tornando uma deliciosa tarde com pessoas incríveis.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

O melhor soco no estômago


Estava eu relendo o post anterior quando percebi que era muito revoltadinho, procurei lembrar da melhor parte do meu dia e me vi as 10h da manhã numa sala de cinema prestes a ver um filme ainda não lançado.
Fui ver no cartaz com as críticas, estavam escritas as seguinte coisas: "Filmaço (...) é um filme que bebe na poesia sórdida do basfond urbano - Luiz Zanin" e "(...) a crueza física se dissemina até perder os contronos e se aprofundar na metafísica - Cássio Starling". Ok, adimito que não entendi xongas, já imaginei o quão do filme eu ia entender! Isso me fez entrar no cinema meio desacreditada.
O diretor estava lá e falou com a platéia, cerca de 30 pessoas, no momento em que ele abriu a boca minha curiosidade e ansiedade para ver o filme só crescia! Ele, aliás, foi o último homem beijado pela Derci Gonçalvez, que faz uma participação maravilhosa e, claro, engraçadíssima! Quem mais faz participação no filme é Marilia Pêra. Há várias cena engraçadas, protagonizadas principalmente por Milhem Cortaz, o Lupa, mesmo de Tropa de Elite. Um ator que eu não conhecia muito e me impressionou com a atuação foi Leonardo Medeiros, o mais velho de uma família de quatro irmãos.
Até o meio no filme você já fica totalmente dominado, no final você não sabe como se expressar. E é uma pena pois tem apenas 10 cópas, é muito pouco! O diretor, Reinaldo Pinheiro, disse que seria impossível competir com Batman, bem, eu não vi Batman ainda mas duvido que seja tão dominador. Uma salva ao fracasso!

Tudo si fudê!

Primeiro peço desulpas pelo título do post mas é que estou tão revoltada, tão irritada!!!
Esse trânsito maldito de SP, é terrível. Pior ainda é a falta de respeito das pessoas.
Acredito MESMO que a maioria é bem educada e sabe se conter em situações de transtorno geral, agora, tem sempre aquele jumento que quer causar, grita, empurra, xinga... infeerno!!!!
Eu estou muito cansada, de verdade, cansada dessa cidade grande onde ninguém se importa com ninguém e só pensam no próprio umbiguinho! Inferno!
Eu serei um pouco contraditória agora, adoro São Paulo! Muito! Adoro poder ter tudo à mão, ter várias opções de lugares pra ir, comidas e pessoas de todos os tipos. Como conseguimos estragar tanto essa cidade?????
É muito carro, táxi caro, pouco ônibus e nada de metrô. GENTE PAREM DE ANDAR DE CARRO!!!!! Por isso que sempre me viro a base de carona...
Até poderia continuar a escrever mas preciso repor minhas forças tanto física quanto mental.
Boa sorte pra quem for acordar com as galinhas e sair na rua pra encarar os trânsito com calma.